Por sua característica multi e transmídia, os projetos de webdocumentários exigem formações multidisciplinares. Considerando esse aspecto, e o fato de o formato ter começado a ser explorado apenas recentemente, é possível estudar webdocumentário?
Na França e no Canadá, não coincidentemente os países com maior produção de webdocs, há alguns cursos promovidos por centros e institutos. A maioria deles se interessa pelas especificidades narrativas do formato, e dedicam suas aulas a identificá-las com exemplos de sucesso e estudar como aplicá-las.
Esse é o caso dos cursos do Centro de Formação e de Aperfeiçoamento de Jornalistas (CFPJ, em francês) e da Escola de Ofícios de Informação (EMI, em francês). Há também aqueles oferecidos em universidades e escolas de ensino superior, como o da Escola Nacional Superior Louis Lumière (ENS Louis Lumière).
Muitos abordam também conhecimentos mais específicos, mas úteis para a produção transmídia e ensinam a usar o Final Cut Pro ou o Photoshop, por exemplo. É o caso do Videodesign Formation. A linguagem web e plataformas como o 3WDOC também são bastante trabalhadas.
Os cursos variam de alguns dias até alguns meses. Os preços são salgados: o curso de 8 semanas da Cinédoc custa 9 mil euros.
Fora da França, a narrativa em vídeo para a web também é tema abordado por muitos cursos, porém é mais difícil encontrar algum que seja tão direcionado para o formato do webdocumentário.
A Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) tem inscrições abertas para a Multimedia Storytelling Series. Voltados principalmente para jornalistas, seus cursos abordam separadamente assuntos que estariam relacionados aos webdocs, como a narrativa em vídeo digital, o uso das redes sociais e o uso de dados em gráficos.
O Mediastorm, em Nova York, também tem frequentemente workshops e treinamentos online sobre a produção de projetos multimídia para a web.
No Brasil, o Garapa realizou em maio um workshop sobre narrativas digitais. O festival É Tudo Verdade promoveu em 2010 um workshop sobre webdocs, com o diretor Jorge Bodansky, em 2011 uma mesa de debates com o tema Doc 2.0.
Com a falta de cursos no País, a solução mais barata e simples para o mercado brasileiro parece continuar sendo estudar separadamente cada disciplina e uni-las no formato webdocumentário.
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