Os limites do slide show sonoro

Free Fight – Parcours de Combattants - Le Soir

O uso de slide shows sonorizados para contar uma história é uma daquelas sacadas simples e eficientes. Misture boas fotos com uma trilha sonora adequada e entrevistas interessantes, narradas com voz over, que você terá um bom resultado. É por isso que essa fórmula tem sido tanto usada em webdocumentários, como o veterano Le Corps Incarcéré (Le Monde, 2009) e seus sucessores, quanto em pequenas narrativas multimídia, o que os franceses batizaram de POM (Petite Œuvre Multimédia).

Free Fight – Parcours de Combattants é um webdocumentário sobre luta livre bastante extenso e que tem os slide show como peça principal. Há também vídeos e um uso até um pouco incomum de textos mais longos. Mas o foco central do projeto está nos slide shows.

Usado de forma extensiva, no entanto, o recurso mostra suas limitações. O esquema de narração torna-se monótono e o que poderia ser um recurso para destacar boas fotos estáticas acaba parecendo uma carência narrativa.

Dividido em cinco capítulos – Os Lutadores, O Corpo, O Show, A Lei, e Os Outros – o webdocumentário acumula mais de uma dezena de slide shows. Apenas em O Show predomina o vídeo, enquanto que em A Lei há diversos textos. Nos demais capítulos, têm-se uma grande sucessão de fotos e narrações em over.

Daí se entende por que o nome POM. Afinal, esse formato funciona bem para projetos pequenos – mas o resultado é bem pior quando usado para webdocs extensos.

Free Fight – Parcours de Combattants
Produção: Canal Ordinário.
Distribuição: Le Soir.
Em francês.

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